A reta final do Brasileirão Série A está chegando e as brigas pelo título, vaga na Libertadores e para quem vai cair para a Série B estão pegando fogo. Principalmente a luta contra o rebaixamento, que tem todas as equipes da segunda parte da tabela (11º a 20º) com pontuações próximas.
Portanto, siga a leitura do artigo e veja como está a situação da classificação e quais são as chances de cada time ir para a segunda divisão.
Luta Contra o Rebaixamento
O rebaixamento Série B 2024 é um dos mais complexos há muitos anos, desde que a competição passou a ser disputada por pontos corridos. Além de faltar apenas oito rodadas, são muitos times que possuem pontuações parecidas e alguns que têm jogos a menos por conta do calendário do futebol brasileiro.
Evitar o descenso é essencial para os clubes brasileiros por conta do impacto esportivo e financeiro que isso pode causar. Além disso, uma ida à segunda divisão traz uma pressão grande por parte dos torcedores, que têm que aguentar a “zoeira” dos rivais no dia a dia.
Pelas regras do Brasileirão, quem vai cair para a Série B estará entre os quatro últimos colocados da competição ao final das 38 rodadas. Essas equipes trocam de lugar com os quatro melhores times da segunda divisão, que conquistam o acesso para a Série A.
Situação Atual da Tabela
Nesta fase final da competição, a tabela do Brasileirão Série A está muito próxima. Atualmente, apenas o Atlético-GO está virtualmente rebaixado. Já o Cuiabá, que é o 19º colocado, ainda respira pode se aproximar do pelotão que vem à frente.
Do 18º ao 11º colocado todos ainda têm grandes chances de ir para a zona de rebaixamento Brasileirão 2024. Por isso, os confrontos diretos dessas últimas oito rodadas valem como finais para essas equipes.
Dentre as surpresas nesta situação da tabela estão o Corinthians, o Athletico-PR e o Fluminense. Estas equipes não estavam cotadas para brigar contra o rebaixamento, mas acabaram entrando no poço após grandes períodos sem vitória.
Análise dos Clubes em Risco
Atlético-GO: O Dragão está virtualmente rebaixado, já que é o lanterna da competição e tem uma grande distância para o primeiro time fora da zona. A equipe goiana subiu para a série A em 2023, mas não conseguiu montar um conjunto que superasse os adversários.
Cuiabá: Após alguns anos na primeira divisão, o Dourado tem vida dura se quiser se salvar em 2024. A perda de jogadores pontuais e o mau início de campeonato levaram a equipe do Mato Grosso para uma posição delicada.
Athletico-PR: O Furacão até fazia um Brasileirão regular, no seu ano do Centenário. Mas, após a troca de treinadores, o rendimento caiu consideravelmente e o time entrou na zona de rebaixamento. Seria um desastre cair de divisão no ano em que o clube completa 100 anos.
Corinthians: O Timão já não tinha grandes expectativas antes do começo do campeonato, já que o elenco até aquele momento era bastante limitado. Com o começo ruim de Brasileirão e a alta possibilidade de rebaixamento a diretoria apostou e gastou muito dinheiro em contratações. Apesar de avançar nas copas, os paulistas estão há muito tempo no Z-4.
Vitória: O Leão da Barra é completamente dependente das suas atuações dentro de casa. É no Barradão que os Rubro-Negros conquistaram a maior parte de seus pontos, que até agora tem sido suficientes para fugir do rebaixamento. Será que dura?
Fluminense: O Tricolor Carioca teve um péssimo desempenho no começo do Campeonato Brasileiro. Porém, com a saída de Diniz e a chegada do zagueiro Thiago Silva, o Flu deu a sua resposta e já busca se distanciar da zona da degola.
Juventude: O Juventude possui uma campanha regular, mas não ganha há um certo tempo e a luz amarela está acesa. Os Jaconeros precisam voltar a somar pontos se quiserem fugir do rebaixamento.
Criciúma: O Clube Carvoeiro segue na mesma linha que o Juventude, com um Brasileirão acima das expectativas. Mas é melhor não vacilar na reta final e continuar somando pontos como mandante.
RB Bragantino: O Massa Bruta é uma decepção em 2024. O clube do interior de São Paulo vive um período de alta instabilidade e despencou na tabela durante o Brasileirão. É melhor abrir o olho para não ter que voltar à série B depois de tanto tempo na primeira divisão.
Grêmio: A equipe de Renato Gaúcho vive um período de altos e baixos, mesmo sendo o vice-campeão brasileiro de 2023. O elenco do Tricolor Gaúcho está envelhecido, mas ainda tem qualidade, podendo se afastar da zona com duas ou três vitórias nessa reta final.
Fatores Decisivos para o Rebaixamento
Existem diversos fatores que podem responder a pergunta “quem vai cair para a Série B?”. Confira:
Desempenho Técnico
Um time com jogadores que não possuem o nível técnico necessário para competir em alto nível terá mais dificuldades para se manter na divisão. Isso pode incluir falta de talentos decisivos, jogadores em má fase, ou ausência de reservas à altura.
Além disso, muitas equipes sofrem com lesões de jogadores importantes durante a temporada, o que afeta o rendimento da equipe e reduz suas chances de sucesso.
Aspectos Táticos e de Gestão
Mudanças frequentes na comissão técnica podem gerar instabilidade e dificultar a implementação de uma filosofia de jogo. A falta de continuidade impede o desenvolvimento de um trabalho a longo prazo.
Fora isso, equipes mal organizadas em campo, que apresentam falhas de posicionamento, sistemas táticos confusos ou que não conseguem se adaptar às necessidades de cada jogo, tendem a ser vulneráveis. Times com defesas inconsistentes, que sofrem muitos gols, acabam comprometendo suas chances de escapar do rebaixamento, mesmo que possuam um bom ataque.
Questões Psicológicas
Equipes que passam por longas sequências de derrotas tendem a perder confiança, o que afeta o desempenho geral em campo. O ambiente nos bastidores e nos treinamentos se deteriora, afetando a motivação dos jogadores.
Além disso, a cobrança excessiva de torcedores e a tensão de estar na zona de rebaixamento podem gerar ansiedade nos jogadores, dificultando a capacidade de resposta em momentos decisivos.
Estrutura e Administração do Clube
A má administração fora de campo, como problemas financeiros, falta de planejamento estratégico e decisões equivocadas no mercado de transferências, impacta diretamente o desempenho do clube em campo.
Por isso, clubes endividados podem ter dificuldades para contratar reforços, manter a folha salarial em dia, ou até perder jogadores importantes, enfraquecendo o time ao longo da temporada. Além da falta de uma infraestrutura de treinamento de qualidade que pode prejudicar a preparação da equipe, resultando em um desempenho abaixo do esperado.
Impactos do Rebaixamento para os Clubes
O rebaixamento de um clube de futebol para a Série B tem impactos profundos em várias esferas da organização, afetando diretamente suas finanças, aspectos esportivos e o relacionamento com a torcida. Aqui estão os principais efeitos em cada uma dessas áreas:
Impactos Financeiros
A queda para a Série B causa uma significativa redução nas receitas dos clubes, o que pode comprometer tanto o planejamento quanto o equilíbrio financeiro. Alguns dos principais impactos são:
Direitos de transmissão (TV): A perda de receita com direitos de TV é um dos principais impactos financeiros. Na Série A, os valores distribuídos às equipes são substancialmente maiores do que na Série B. Os clubes rebaixados geralmente enfrentam uma redução drástica nos valores, uma vez que a audiência e a exposição midiática também diminuem na segunda divisão.
Patrocínios: Os contratos de patrocínio geralmente incluem cláusulas de ajuste em caso de rebaixamento, resultando em redução de valores ou até rescisões. Isso se dá porque a visibilidade e a relevância do clube no mercado caem, o que reduz o retorno sobre o investimento para os patrocinadores. Empresas tendem a investir menos em times que estão fora da elite do futebol.
Bilheteria: O número de torcedores nos estádios tende a cair, especialmente pela desmotivação da torcida e pelo nível de interesse menor em relação aos adversários da Série B. Mesmo que o clube consiga manter um bom público, os ingressos normalmente são vendidos a preços mais baixos, o que impacta diretamente a arrecadação com bilheteria.
Vendas de jogadores: O rebaixamento frequentemente força os clubes a vender jogadores importantes para aliviar a folha salarial e equilibrar as finanças. No entanto, essa necessidade pode diminuir o poder de negociação, levando a vendas por valores menores do que em condições normais.
Endividamento e equilíbrio financeiro: O rebaixamento pode agravar situações de endividamento, uma vez que muitos clubes já operam no limite financeiro. Com a redução das receitas, as dívidas podem crescer, especialmente se o clube tiver compromissos contratuais elevados com jogadores e fornecedores que não podem ser ajustados rapidamente.
Impactos Esportivos
A estrutura esportiva do clube também é profundamente afetada, tanto no elenco profissional quanto no desenvolvimento de talentos da base e no planejamento de longo prazo.
Mudanças no elenco: A queda muitas vezes leva a uma reformulação profunda no elenco. Jogadores de maior renome e salários elevados tendem a deixar o clube, seja por vendas ou por rescisão contratual. O clube, então, precisa reestruturar o plantel com um orçamento menor, o que pode resultar em um time menos qualificado tecnicamente.
Desvalorização de atletas: Atletas que permanecem no clube após o rebaixamento podem ver seu valor de mercado cair, já que o desempenho na Série B não tem a mesma visibilidade e valorização que na Série A.
Planejamento esportivo: O planejamento para a temporada seguinte muda completamente. O objetivo passa a ser a volta à elite, o que muitas vezes exige ajustes táticos, mudanças na comissão técnica e até uma filosofia de jogo mais pragmática para lidar com as características da Série B, como jogos mais físicos e intensos.
Projeções: Quem Tem Mais Chance de Cair?
Com o Brasileirão 2024 se aproximando das rodadas finais, a luta contra o rebaixamento envolve vários clubes, e alguns estão em situações mais delicadas. De acordo com projeções matemáticas, os times com maiores chances de cair incluem:
Atlético-GO – com uma probabilidade de 98.8% a 99.5%, é o principal candidato ao rebaixamento.
Cuiabá – possui entre 77.3% e 83.8% de chances de cair.
Corinthians – com uma chance entre 44% e 62%, o clube paulista enfrenta uma situação crítica, apesar de ainda ter chances de escapar.
Vitória – tem entre 39.9% e 56.8% de risco de rebaixamento.
Athletico-PR – também está em perigo, com uma chance de 23.8% a 47.9%.
Outros times, como Fluminense, Juventude e Bragantino, também possuem chances menores, mas ainda significativas de serem rebaixados. Já clubes como Vasco, Grêmio e Criciúma têm probabilidade mais baixa, mas não estão totalmente livres da ameaça.
Especialistas apontam que a pontuação necessária para evitar o rebaixamento neste ano gira em torno de 41 a 42 pontos, o que torna cada jogo crucial para as equipes que estão na parte de baixo da tabela. A reação nas próximas rodadas será determinante para definir quem escapa da Série B em 2025.
Esses dados são baseados em estudos matemáticos da UFMG e outros portais esportivos que acompanham de perto a reta final do campeonato.