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Aposta ou Cilada? O Brasil no Jogo da Responsabilidade

Mas afinal: quem segura essa roleta quando o jogo sai do controle?

Andréia Oliveira, COO da Betsul
Betsul

Se tem uma ficha que caiu nos últimos anos, foi a da explosão do mercado de apostas online no Brasil. Mas afinal: quem segura essa roleta quando o jogo sai do controle?

Entre apostas esportivas, slots piscantes e promessas de riqueza a um clique de distância, o país viu nascer uma indústria bilionária — legalizada, regularizada e, ao mesmo tempo, cheia de buracos. Mas afinal: quem segura essa roleta quando o jogo sai do controle?

A resposta não é simples, e muito menos única. Operadores, governo e apostadores dividem um palco onde a regra precisa ser clara, o jogo limpo e a educação, principalmente financeira, obrigatória. Sem isso, a diversão se transforma em dívida. E o que era pra ser entretenimento, vira problema social.

O novo cassino brasileiro

Desde a regulamentação sancionada pela Lei 14.790/2023, o Brasil passou a permitir oficialmente apostas de quota fixa — aquelas em que o jogador sabe exatamente quanto pode ganhar (ou perder). A entrada em cena da SPA (Secretaria de Prêmios e Apostas) trouxe consigo um marco regulatório que, em tese, prometia segurança, controle e responsabilidade.

Mas a prática mostra que estamos longe do jogo ideal. A publicidade foi liberada e depois restringida. As alíquotas subiram de 12% para 18%. Sites licenciados precisam seguir normas rígidas, enquanto operadores não regulamentados continuam operando livremente, sem pagar imposto e sem prestar contas.

Como competir em um cenário onde o honesto joga em desvantagem?

Apostas altas, educação baixa. É aí que entra o maior vilão dessa história: a falta de educação financeira. Não se trata de culpar o apostador, mas sim de encarar a realidade. O brasileiro médio não aprendeu nem na escola, nem em casa como lidar com risco, orçamento ou probabilidade. Pior: muita gente sequer entende a diferença entre investir e apostar.

Reportagem do El País cravou: cerca de 20% da massa salarial brasileira está indo para casas de apostas. Detalhe importante: parte disso vem de beneficiários do Bolsa Família.

Ou seja, o dinheiro da sobrevivência está virando crédito no jogo. E o Pix não para de pingar. Faltam filtros. Falta consciência. Falta freio.

De quem é a responsabilidade?

Dos operadores, claro. Eles têm a obrigação legal e ética de oferecer ferramentas de controle: autoexclusão, limites de tempo, bloqueios, aviso de risco. E muitos já fazem isso. Mas há uma distância brutal entre disponibilizar e educar. Um botão de “sair do jogo” não vale nada se o usuário nem sabe por que deveria usar.

Do cliente? Também. Apostar exige autocontrole e isso vale tanto pro apostador raiz quanto

para quem se empolga com o jogo do Tigrinho no celular. É preciso ter limite, saber a hora de parar e entender que sorte não paga boleto.

E o governo? Esse é o crupiê da mesa. Cabe a ele garantir que a legislação seja aplicada, que os não licenciados sejam banidos e que as propagandas deixem de vender ilusão. Mais do que fiscalizar, é preciso educar com campanhas nacionais, conteúdo acessível e integração com as políticas de saúde e educação.

O que já vimos em campo

● O caso do Jogo do Tigrinho viralizou nas redes e nos tribunais. Promovido por influenciadores, o caça-níquel virou símbolo do vício digital. Teve gente endividada, presa.

● A Operação Integration escancarou a conexão entre apostas e lavagem de dinheiro: R$ 3 bilhões foram bloqueados, envolvendo nomes como Gusttavo Lima e Deolane Bezerra.

● A CPI das Bets, embora barulhenta, terminou em pizza: nenhum indiciamento, nenhuma recomendação prática aprovada.

Enquanto isso, o Procon-SP tenta fazer sua parte, recebendo denúncias e orientando consumidores sobre como se proteger. Mas o alcance é limitado e falta conhecimento amplo sobre todo o ecossistema que envolve operar apostas legais.

E agora, Brasil?

O mercado de apostas está em plena luta buscando expansão e não vai parar. Cabe a nós decidir se ela será um pilar de entretenimento sustentável ou mais uma fábrica de endividamento silencioso.

O jogo responsável não é só compliance de empresa. É uma cultura. E cultura se constrói com três pilares:

1. Regulação firme e justa

2. Plataformas transparentes e éticas

3. Pessoas educadas financeiramente para fazer escolhas conscientes

Ficar esperando que só um lado jogue certo é como apostar todas as fichas no número errado e esperar milagre.

Eu como operadora de jogos on line desde 2019 destaco a frase: jogue, mas jogue limpo. O futuro das apostas no Brasil não está nas mãos do algoritmo, do influenciador ou do governo. Está na nossa capacidade de fazer escolhas conscientes, tanto como sociedade quanto como indivíduos. O jogo é legal. O problema é quando ele se torna inevitável.

Enquanto não entendermos isso, vamos continuar girando a roleta da irresponsabilidade e a casa, como sempre, vai ser cobrada e exposta como única vilã.

Escrevi esse artigo com base em fontes oficiais, reportagens e dados atualizados de 2024-2025, principalmente: gov.br, Procon-SP.

Escrita por: Andréia Oliveira, COO da Betsul e Diretora executiva, fundadora da Expertise soluções de atendimento com foco em gambling


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A marca e plataforma Betsul é operada pela CDA GAMING LTDA., inscrita no CNPJ nº 56.636.543/0001-54, com sede na Rua Augusta, nº 2365, Andar 2, Sala 01, Cerqueira César, São Paulo/SP, estando devidamente autorizada pela Secretaria de Prêmios e Apostas do Ministério da Fazenda do Brasil, nos termos da Portaria SPA/MF nº 255/2025, publicada no Diário Oficial da União em 11/02/2025 (Edição 29, Seção 1, Página 37), para a exploração da modalidade de apostas de quota fixa, em conformidade com a regulamentação vigente.

Proibido cadastro e apostas para menores de 18 anos